Você conhece o Empreendedorismo Sustentável?
A entrada no século XXI trouxe novos desafios para as empresas. E muitos deles estão relacionados ao empreendedorismo sustentável. Esta é uma forma de permitir o crescimento da empresa com o mínimo impacto em relação aos recursos naturais.
Mas como isso pode ser feito? Existe uma série de ações e certificações que podem ser obtidas. E, no post de hoje, vamos conhecê-las.
O que é o empreendedorismo sustentável?
O empreendedorismo sustentável é um discurso cada vez mais presente devido à necessidade de fontes de energia renováveis e ao aumento das informações relacionadas à sustentabilidade. No entanto, essa é uma ideia relativamente nova, o que faz com que muitas empresas adotem o discurso, mas não coloquem as ações em prática ainda.
Basicamente, a ideia do empreendedorismo sustentável é permitir que a empresa cresça e se desenvolva economicamente sem desconsiderar sua responsabilidade social e ambiental. Assim, a organização precisa evitar o desperdício e o empreendedor deve se conscientizar de seu papel na sociedade.
Algumas práticas que podem ser adotadas no empreendedorismo sustentável são a reutilização de folhas de papel, a economia de energia, a criação de projetos ambientais, a realização de projetos sociais etc.
Como contrapartida, as empresas que adotam o empreendedorismo sustentável tendem a ter melhor reputação no mercado justamente devido a essas ações, que, muitas vezes, são certificadas.
Quais as certificações do empreendedorismo sustentável?
A legislação brasileira tem uma série de regras direcionadas à proteção social e ambiental. Além de existirem leis federais, há algumas estaduais. Com base nessas legislações, existem as certificações do empreendedorismo sustentável, que são divididas em: orgânica, de madeira, comércio justo e produtos não transgênicos.
Quem oferece esses certificados são repassados por certificadoras, que são credenciadas e acreditadas (sistema de avaliação).
Certificação orgânica
A certificação orgânica é voltada para empresas que trabalham com produtos orgânicos. Neste caso, a certificadora é credenciada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a acreditação é feita junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro).
A ideia da certificação orgânica é que a empresa seja reconhecida pelo público como uma organização que trabalha somente com produtos orgânicos, que estão sendo cada vez mais utilizados pelo público devido a questões de saúde.
Para garantir essa certificação, o produtor rural deve estar registrado no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos. Esse cadastramento pode ser feito de três maneiras:
- Auditoria: certificação a partir de uma certificadora pública ou privada, que assegura o seguimento de práticas reconhecidas e recomendadas nacional e internacional;
- Sistema participativo de garantia: certificação que exige a existência legalmente constituída de um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade, sendo que todos os membros são responsáveis;
- Controle social na venda direta: certificação válida para a agricultura familiar, já que produtos orgânicos provenientes desse tipo de produção não requerem certificação segundo as leis brasileiras. No entanto, o produtor precisa ter cadastro em um órgão fiscalizador oficial.
É importante lembrar que a certificação dos produtos orgânicos leva em consideração elementos de qualidade físicos, como a ausência de adubos químicos e agrotóxicos. Justamente por isso, os produtos orgânicos são melhores para a saúde, fortalecendo o sistema imunológico. Assim, com a certificação, o produtor tem um produto diferenciado e que chama a atenção do consumidor.
Certificação de madeira
Como a madeira também é um recurso natural, existem certificações próprias para esse caso. Há duas certificadoras que podem garantir que uma empresa trabalha com empreendedorismo sustentável em relação à madeira: o FSC (em português, Conselho Brasileiro de Manejo Florestal) e o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor). Nestes casos, as certificações asseguram que peças e objetos em madeira foram produzidos a partir de madeira sustentável.
Cada uma das certificações tem suas peculiaridades. O CFSC (da certificadora FSC) é um selo internacional que verifica critérios e princípios considerando as características da região para fazer a certificação. A FSC Brasil não faz certificações. No entanto, repassa a responsabilidade para outras certificadoras.
Já a certificação do Cerflor segue as normas indicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), analisando se as florestas seguem as recomendações de manejo, ou seja, se seguem as questões ambientais e sociais e a viabilidade econômica.
Certificação de comércio justo
O comércio justo, também chamado de fair trade, permite o desenvolvimento sustentável porque oferece boas condições de troca e apresenta direitos para trabalhadores e produtores que estão à margem da sociedade. Assim, a ideia é uma forma de comércio mais transparente e justa, que ofereça condições a todos.
Todas as empresas com a certificação de comércio justo foram avaliadas por iniciativas nacionais ou pela FLO (Fairtrade Labelling Organizations International). Nesse sentido, as empresas podem trabalhar exclusivamente com o comércio justo ou vender produtos do comércio tradicional, mas também vender produtos voltados para o comércio justo.
A expectativa é que o comércio justo continue crescendo nos próximos anos e que as empresas que possuem essa certificação sejam reconhecidas como fazendo parte do empreendedorismo sustentável.
Certificação de produtos não transgênicos
Os produtos não transgênicos são melhores para a saúde, assim como acontece com os orgânicos. Eles podem estar voltados para a alimentação humana ou animal e essa certificação surgiu a partir de um clamor da própria sociedade, que está cada vez mais preocupada com o consumo excessivo de produtos geneticamente modificados.
Atualmente, a maior certificadora de produtos não transgênicos no Brasil é a Cert ID Brasil, que possui aproximadamente 900 produtores certificados no país. A grande vantagem para esses produtores é o fato de terem grande vantagem competitiva devido à demanda existente por esse tipo de produto. Além disso, os produtores possuem mais credibilidade perante os consumidores e é possível gerir melhor os riscos, reduzir custos e trabalhar com eficiência ambiental.
Essas certificações, portanto, demonstram que a empresa não só busca se diferenciar no mercado, mas também está preocupada com ações sustentáveis. É disso que o empreendedorismo sustentável trata e, como as empresas assumem sua responsabilidade neste século XXI, vale a pena investir em práticas sustentáveis.
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